A utilização dos recursos digitais no mercado imobiliário trouxe ganhos para todas as vertentes do setor.
Após enfrentar um período de crise entre 2015 e 2017, o mercado imobiliário nacional vinha a mostrar sinais de recuperação ao longo de 2019, trazendo boas perspetivas para 2020. Entretanto a chegada da pandemia impôs grandes mudanças de planos, paralisando negócios e muitos setores da economia. Contrariando essa tendência, o ramo imobiliário mostrou resiliência, adaptando-se à necessidade de digitalização eminente, num caminho que, à partida, não voltará atrás.
E uma coisa é certa: a utilização dos recursos digitais no mercado imobiliário trouxe ganhos para todas as vertentes do setor.
O tempo passado em casa durante os confinamentos mudou a forma como as famílias percecionam o espaço interior e exterior das suas habitações. E também redefiniu o conceito de luxo no mercado imobiliário residencial. Por outro lado, a tecnologia foi como uma boia de salvamento para os negócios, permitindo manter contacto com os clientes e fazer visitas virtuais. Mas não veio substituir o papel importante do consultor imobiliário.
"Apesar das medidas de arrefecimento do mercado, tais como o aumento das taxas de juro, 2022 parece bem encaminhado para continuar a tendência positiva de 2021", lê-se num estudo da Savills [1], onde é possível perceber também que “... em 2021 o mercado imobiliário residencial em Portugal registou uma "total recuperação", com pouco mais de 200 mil casas vendidas, ultrapassando os valores registados em 2019”.
As previsões apontam para mais um ano de retoma em 2022. O mercado residencial "continuará a assistir a uma evolução positiva dos preços de casas de maior dimensão, ainda que a um ritmo mais comedido face a anos anteriores e com tendência a uma maior estabilização".
Portugal estará em destaque e a tendência de um mercado prime em crescimento manter-se-á. Ou seja, tudo indica que o mercado de habitação vai continuar a valorizar em 2022.
O mercado imobiliário enfrenta, contudo, mais um desafio: o agravamento da crise de matérias-primas e materiais de construção pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia já está a ter impacto na disponibilidade de imóveis novos (que não terminam dentro dos prazos), em reabilitações/ renovações e, de uma forma, geral, na economia global.
Mas, uma vez mais, o mercado imobiliário tem vindo a ajustar-se ao cenário internacional e há já várias tendências identificadas a nível mundial, onde o papel do consultor imobiliário e a sua relação com os clientes é fundamental.
A tecnologia no setor imobiliário tem vindo a desenvolver de ano para ano, criando novas possibilidades de negócio e de comunicação entre empresas e clientes.
Apesar dos crescentes desenvolvimentos tecnológicos, os especialistas de mercado afirmam que continua a não existir substituto eletrónico para um consultor imobiliário. Afinal, há décadas que o negócio imobiliário é feito entre pessoas e, ainda que vivamos num mundo digital, comprar casa continua a ser algo muito pessoal e importante.
E, por isso, a tecnologia é vista como um meio para melhorar o trabalho dos consultores imobiliários, mas não para os substituir.
Fontes: EXAME, Idealista, REMAX, [1] SAVILLS (estudo World Cities Prime Residential Index)