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A verdade sobre recomeçar a carreira depois dos 45 anos

Algumas pessoas julgam que nasceram para uma determinada profissão. Outras afirmam perentoriamente que nunca “serviriam” para determinado cargo.

Os tempos mudaram e a verdade é que aquele “emprego para a vida” que se procurava na juventude, parece já não fazer muito sentido. Atualmente, existe uma maior necessidade de encontrar satisfação no emprego e, mais que isso, há um desejo de fazer algo que traga felicidade.

Mudar de carreira pode ser uma imposição (desemprego) ou uma opção (insatisfação no trabalho ou vontade de desenvolver outra vocação), mas é sempre um passo importante que causa algum nervosismo e ansiedade e, à medida que a idade avança, estes sentimentos tendem a tornar-se ainda mais intensos. Mas mudar de carreira depois dos 45 anos não é assim tão assustador como pode parecer. Se, por um lado, a idade madura pode ser um desafio, por outro, ela também lhe abre muitas oportunidades e dá-lhe a vantagem competitiva que profissionais mais novos ainda não têm.

Muitas pessoas partem da convicção de que é tarde para mudar vários aspetos da sua vida, entre eles de emprego, a partir de uma certa idade. Acomodam-se por isso a situações que são pouco estimulantes e satisfatórias na premissa de que não podem esperar nada melhor do que ‘isto’. Esta convicção reflete o paradigma do século XX, no qual as pessoas dessa geração cresciam a acreditar que depois de se estudar deveriam encontrar um trabalho para a vida e que aos 40 anos estariam no ‘top’ das suas carreiras. A partir daí teriam apenas de garantir o seu trabalho até à idade da reforma. Hoje em dia, são cada vez mais raros os contextos no qual este paradigma vigora. A evolução organizacional reduziu drasticamente os níveis hierárquicos, bem como as oportunidades de se ascender dentro das empresas.

Verifica-se um aumento da esperança média de vida e a par disso têm sido realizadas alterações legais que prolongam o tempo de vida ativa ou se preferir adiam a idade da reforma como estratégia de prevenção da pobreza na “velhice”. Se considerarmos a atual idade da reforma os 67 anos estamos a falar de mais 19 anos de trabalho para um profissional de 48 anos. Por isso, é inevitável a mudança dos profissionais que quiserem continuar a estar ativos.

Um aspeto curioso e comum a muitos daqueles que sentiram necessidade de (re)começar é pensar que já passou demasiado tempo para voltar à estaca zero. Achar que está velho demais, que já não tem idade para tomar determinadas decisões ou lutar por aquilo que o possa tornar mais realizado.

O futuro é agora! Já ouviu essa expressão?

Se estiver a pensar mudar de rumo profissional, faça uma pesquisa de alternativas, ofertas de emprego ou pense num negócio próprio, por exemplo. Imagine-se no futuro para perceber como e onde gostaria de estar e rodeado por que tipo de pessoas. Se sentir necessidade, procure ajuda junto de profissionais.

As principais vantagens de mudar de carreira depois dos 45 anos podem ser: ter a possibilidade de recomeçar, saber exatamente o que se quer e mais do que ter competências técnicas, ter experiência de vida!

Mas também pode trazer alguns desafios e os mais comuns são: ver a sua progressão salarial comprometida, ter de investir em formação e competências técnicas ou, por outro lado, ser demasiado qualificado para trabalhar em determinada área por conta de outrem.

Foque-se nas suas competências e interesses: Seja algo que sabe que faz bem ou um sonho de infância que nunca chegou a seguir, procure focar-se nas suas habilidades e interesses. Por vezes, pode considerar que precisa de mais qualificações, o conhecimento não ocupa lugar e pode ser o ponto de partida.

Mais importante que o tempo, é o resultado: Em última análise, não importa se vai passar uma semana ou um mês a encontrar a sua nova profissão e mudar de carreira. É preciso encontrar uma situação, um lugar, uma pessoa ou alguma coisa que o faça descobrir o melhor caminho a ser seguido.

Tire partido da sua rede de contactos: Fale com aquela pessoa que sempre lhe deu boas ideias ou que, apenas, sabe que o vai ouvir e conte o seu desejo de mudar de profissão. Uma mudança de carreira na meia-idade não precisa ser de forma solitária. Também é muito válido aumentar o seu networking, ou seja, adicione pessoas da nova área que deseja seguir à sua rede de contactos - interaja, faça perguntas, demonstre interesse em mudar de carreira.

Invista na sua "promoção”: durante todo o processo, reserve uma parte do dia para desenvolver as habilidades necessárias para entrar na nova profissão, seja através de formações ou certificações. Atualize o seu CV, sem a necessidade de condensar toda a sua vida profissional dos últimos anos numa única folha A4 - destaque apenas o que é realmente importante para o desafio que quer abraçar. Para além disso, atualize o seu perfil do LinkedIn com toda a informação relevante e mantenha-se ativo nesta rede social.

Pense no seu plano de negócios: por mais simples que seja, é muito importante definir metas mensais ou trimestrais, que o vão ajudar – caso não sejam alcançadas - a descobrir o que pode corrigir e onde pode melhorar.

Não se foque no fator idade: Esta é uma questão de mindset que irá ditar, em grande parte, o sucesso da sua reconversão profissional. Não se deixe afetar pelo fator idade e, mesmo que esteja consciente de alguns dos desafios que podem existir, lembre-se de que os benefícios são sempre maiores e de que existem inúmeras oportunidades para profissionais maduros que queiram abraçar um novo projeto.

Fontes: Exame, RH Magazine, REMAX